Aмιgo Íиtιмo

quinta-feira, 21 de abril de 2011

O мotoяιstα


Sigo minha vida como o motorista do meu próprio carro.

E tenho levado muitas coisas na bagagem.

Uma viajem longa, cansativa, mais com um significado importante.

Deixo pela estrada um rastro de emoções, vinculadas com as mais diversas atribulações.
E paradas e partidas, trocas de pneus, calibragens da alma.

  Curvas perigosas, momentos inquietantes, lugares maravilhosos, outros nem tanto. Mais de todos, algo importante lembrarei.
Vi o pôr do sol, o nascer da lua, o titilar da chuva sobre o vidro embaçado, e o balanço incessante de vai-e-vem do limpador de pára-brisa.
E por um momento, esqueci de tudo, esqueci do que fui, do que sou.
Deixei que o volante me guiasse para onde houvesse sol, e que o seu brilho, guiasse meu caminho.
Na minha bagagem tinha quase tudo; fotos, cartas, cds, lembranças e os mais sinceros sentimentos, nem todos eles foram correspondidos. Tudo fora usado intensamente.
Numa das paradas, percebi que o caminho era longo demais pro meu carro que com o tempo estava desgastado de todos os buracos que encontrei pelo longo caminho que percorri.
Mais a força, a vontade de querer chegar onde eu queria chegar era bem maior que o medo de que esse meu desgastado carro me deixasse pela estrada.
Então respirei e segui.
Apesar de pouca experiência na estrada e de todas as adversidades que encontrei, percebi o quanto era forte.
Mesmo sem o step do carro, não parei nem pretendia parar.
Sei que não dependia somente das rodas, mais da minha perseverança.
Conquistei pessoas maravilhosas nesse longo caminho, algumas ficaram comigo durante um bom tempo, outras ficaram para traz, e muitas vão estar para sempre no meu porta-luvas.
Entre montanhas, pontes sobre rios, o esplendor do mar... Respirei o vento mais doce e me embriaguei.
Mais nada melhor do que uma boa dose de café bem forte para curar uma ressaca.
Por fim, numa das curvas, o carro pifou e fiquei pela estrada.
Fiquei na estrada e deixei um pouco de mim em cada canto que parei, em cada coração que amei e em todos os amigos que conquistei.
E me sinto feliz, porque não parei; - a vida me fez parar.
E posso dizer que sou imortal, no meu carro vão estar para sempre as marcas da “minha felicidade”.

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